
A gente passa a vida inteira assim: construindo. Às vezes como arquitetos e na maioria das vezes (quase todas) como pedreiros apenas. E assim segue, construindo planos, construindo sonhos, construindo imagens. Construindo incessantemente. Você quer experimentar todas as sensações alucinógenas, você estuda para fazer Medicina e você quer que todos a vejam como uma junkie. E você constrói isso. Como um castelo de areia que você constrói com um objetivo oculto. Tão oculto que nem você mesmo sabe qual é.
Qual é o objetivo de ter objetivos? Não se sabe, apenas se têm. Você não sabe quando, nem onde isso vai parar. Não sabe quando, nem como seu castelo vai ser derrubado. Pode ser que sua mão canse, pode ser que a onda chegue, pode ser que alguém pise, só especulações no meio de uma única certeza: a de que seu castelo vai ser derrubado. Você o constrói, você idealiza as próximas torres e, antes mesmo de terminá-las ou começá-las, seu castelo cai.
Você sabia que o seu castelo teria um fim, então pra quê construí-lo? Você vive para quê? Você constrói para quê? Você sonha, luta, estuda, chora, desiste para quê? Para viver, não é? As coisas apenas continuam, a vida continua, life goes on e você não passa de um merda que a segue e pára quando ela quiser parar.
O seu objetivo é achar que tem objetivos para continuar seguindo a vida, que só tem um objetivo: o de terminar. Idiota.
(Foi-se uma das poucas pessoas que pensam parecido comigo.)
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